O NOVO MITO BRASILEIRO
Se é mesmo verdade que o nascimento dos mitos se deu graças à busca coletiva de um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais na cultura clássica, isto é, na Grécia antiga, ou pelo fato dos gregos criarem vários mitos para poder passarem mensagens a todos os seus cidadãos, ou ainda na tentativa de explicar o desconhecido, o sem explicação pelo viés da ciência, nasce um novo mito no Brasil pelo caminho inverso: o da consciência plena.
Consciência de ser sujeito cidadão em um determinado processo histórico, político, social e econômico. Um processo vergonhoso, alicerçado na lama da corrupção política, dos desmandos, onde toda espécie de crime político contra a nação fica na impunidade, onde tudo termina em pizza, e o povo cada vez mais esmagado dentro de um sistema onde a saúde, a educação e a moradia andam doentes, decadentes, afundadas.
Consequentemente, longe de ser um mito criado através de narrativas literárias lúdicas e infundadas, nascidas da imaginação, ou das narrativas utilizadas pelos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza e origem do mundo e do próprio homem que não eram compreendidas, esse novo mito brasileiro nasce da consciência coletiva de uma sociedade constituída, em sua maioria, por cidadãos ultrajados, usurpados nos seus direitos mais legítimos de cidadania plena: vida digna, trabalho, educação e saúde.
Desse modo, o nosso herói negro nasce da real compreensão do cidadão brasileiro em relação aos seus dirigentes e às leis que governam nosso país. Leis estas, em que se um homem roupa uma galinha por estar faminto, é preso por longos anos, enquanto homens de colarinhos brancos desviam bilhões dos cofres públicos e permanecem impunes. Assim, o nosso herói negro nasce da necessidade coletiva por justiça social, igualdade, por direitos garantidos. O nosso herói surgiu concretizado em volto em sua longa capa negra, muito mais poderosa que a do Batman, com o poder de realizar o desejo coletivo da população brasileira: condenar os políticos corruptos. E ele realizou esse desejo coletivo. Eis então que surge o novo mito brasileiro, o justiceiro implacável em suas sentenças dadas.
Em sendo assim, o nascimento desse herói negro serve para reafirmar o que já havia afirmado Rousseau há muito tempo, que no fundo das nossas almas há um princípio inato de justiça e virtude, pelo qual julgamos as nossas ações e as ações dos outros homens como boas ou más, certas ou erradas, e que esse princípio é denominado de Consciência. Ressaltando que, como é uma atitude comum aos heróis, ele não aceitou o destino dos pobres, ainda mais negros, no Brasil, e aos dezesseis anos, sendo filho de pai pedreiro e mãe doméstica, saiu de Minas para estudar em Brasília.
O Batman brasileiro, de capa longa e negra, antes de se tornar herói, cuidou da limpeza do Supremo Tribunal Federal, e graças ao domínio que tinha de línguas estrangeiras, conseguiu chegar ao topo da carreira: certa feita, na certeza da solidão, enquanto limpava o banheiro, cantava uma canção em inglês com sotaque e pronúncia perfeitos, fato que despertou curiosidade e estranheza a um diretor do Tribunal que entrara no momento. A estranheza transformou-se em admiração, e na prática, novos caminhos para novas funções foram abertos.
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Se é mesmo verdade que o nascimento dos mitos se deu graças à busca coletiva de um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais na cultura clássica, isto é, na Grécia antiga, ou pelo fato dos gregos criarem vários mitos para poder passarem mensagens a todos os seus cidadãos, ou ainda na tentativa de explicar o desconhecido, o sem explicação pelo viés da ciência, nasce um novo mito no Brasil pelo caminho inverso: o da consciência plena.
Consciência de ser sujeito cidadão em um determinado processo histórico, político, social e econômico. Um processo vergonhoso, alicerçado na lama da corrupção política, dos desmandos, onde toda espécie de crime político contra a nação fica na impunidade, onde tudo termina em pizza, e o povo cada vez mais esmagado dentro de um sistema onde a saúde, a educação e a moradia andam doentes, decadentes, afundadas.
Consequentemente, longe de ser um mito criado através de narrativas literárias lúdicas e infundadas, nascidas da imaginação, ou das narrativas utilizadas pelos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza e origem do mundo e do próprio homem que não eram compreendidas, esse novo mito brasileiro nasce da consciência coletiva de uma sociedade constituída, em sua maioria, por cidadãos ultrajados, usurpados nos seus direitos mais legítimos de cidadania plena: vida digna, trabalho, educação e saúde.
Desse modo, o nosso herói negro nasce da real compreensão do cidadão brasileiro em relação aos seus dirigentes e às leis que governam nosso país. Leis estas, em que se um homem roupa uma galinha por estar faminto, é preso por longos anos, enquanto homens de colarinhos brancos desviam bilhões dos cofres públicos e permanecem impunes. Assim, o nosso herói negro nasce da necessidade coletiva por justiça social, igualdade, por direitos garantidos. O nosso herói surgiu concretizado em volto em sua longa capa negra, muito mais poderosa que a do Batman, com o poder de realizar o desejo coletivo da população brasileira: condenar os políticos corruptos. E ele realizou esse desejo coletivo. Eis então que surge o novo mito brasileiro, o justiceiro implacável em suas sentenças dadas.
Em sendo assim, o nascimento desse herói negro serve para reafirmar o que já havia afirmado Rousseau há muito tempo, que no fundo das nossas almas há um princípio inato de justiça e virtude, pelo qual julgamos as nossas ações e as ações dos outros homens como boas ou más, certas ou erradas, e que esse princípio é denominado de Consciência. Ressaltando que, como é uma atitude comum aos heróis, ele não aceitou o destino dos pobres, ainda mais negros, no Brasil, e aos dezesseis anos, sendo filho de pai pedreiro e mãe doméstica, saiu de Minas para estudar em Brasília.
O Batman brasileiro, de capa longa e negra, antes de se tornar herói, cuidou da limpeza do Supremo Tribunal Federal, e graças ao domínio que tinha de línguas estrangeiras, conseguiu chegar ao topo da carreira: certa feita, na certeza da solidão, enquanto limpava o banheiro, cantava uma canção em inglês com sotaque e pronúncia perfeitos, fato que despertou curiosidade e estranheza a um diretor do Tribunal que entrara no momento. A estranheza transformou-se em admiração, e na prática, novos caminhos para novas funções foram abertos.
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